Não há um caminho só em nossa multiplicidade.
Cada vez é mais claro que alunos com mentes diversas precisam de vários estímulos, vindos de várias fontes.
O movimento maker, o movimento do fazer, talvez seja um passo na direção da personalização. Desde que começamos a trabalhar com o projeto do Makerspace da Thomas, fica cada vez mais claro para mim que para meus filhos, para nossos alunos falta estímulo, falta a magia do aprendizado, o despertar da curiosidade, o teórico aplicado ao prático.
Outro dia, conversando com o meu filho, abro seu caderno todo preenchido com textos escritos por ele e pergunto da onde vinha todos aqueles textos, “da cópia do quadro, ué, mãe?” E eu ainda não acreditando o que vejo diariamente questionava. Mas como assim. Você passa as aulas copiando? Isso mesmo, mãe. O professor escreve, a gente copia, ele apaga o quadro e copiamos de novo. Como pode? De que adianta ficar reproduzindo sem que o cérebro processe, sem que as crianças e jovens pensem. Como podemos exigir que eles tenham capacidade crítica, espírito empreendedor, de liderança se continuamos reproduzindo um tipo de modelo educacional que não se sustenta em nossas interações do dia-a-dia, em nosso mundo real? Enquanto os jovens criam, produzem, inventam fora da escola com seus celulares e jogos, a escola vive uma realidade à parte, no esquecimento de que o mundo real é conectado, hiperlinkado, digital, mas também de conexões humanas, de construção do conhecimento, multidisciplinar, coletivo.
Talvez o movimento maker, aquele que incentiva seres inventivos, criadores, empreendedores seja o começo de um movimento rumo à aproximação de uma educação de multiplicidades, personalizado, em que nada se copia e tudo se transforma. Espero que meus filhos ainda possam aproveitar desse mundo que ainda parece ser tão distante da escola.
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