A conceituação do letramento digital é ampla, principalmente em inglês.
Já em português, com uma pesquisa rápida, é possível perceber que o tema ainda se restringe muito ao meio acadêmico, mas parece ser, no entanto realidade distante do dia-a-dia da sala de aula. Uma aproximação que alguns professores buscam em sua prática, mas ainda tateando, tentando entender o processo de significação e apropriação do que realmente representa ser um letrado digital.
Talvez a melhor definição, ou apenas, uma delas que acredito ser uma que é ampla o suficiente para conter as várias facetas do letramento digital é uma visualização daquilo que representa o que alguns, como Doug Belshaw, consideram não letramento digital, e sim, letramentos pelas competências e habilidades que devem ser desenvolvidas. O conceito está ligado à pluralidade, e não a um entendimento único, visão também compartilhada por Bernadete , nos ajudando a entender o que significa letramentos em vez de um único letramento.
A Angélica fala do espanto no ínicio deste processo que se inicia com a alfabetização digital. Já o Batata comenta sobre a importância dos professores investirem em seu letramento digital para aprenderem e utilizarem uma linguagem em sala de aula que seja mais próxima e sedutora dos alunos, ideia corroborada pelo nosso físico Fred. O Neto enfatiza o “eu” no processo, a capacitação, o investimento no desenvolvimento profissional do professor. O chão transformado em céu para o Rubens faz parte do aprendizado, da transformação.
” Todo início é chão, tudo é raso, vazio e caótico, até começarmos a transformar o caos em cosmos. Assim como fazemos com o espaço que passo a passo desbravamos e o tornamos em aventura ou da mesma forma que lidamos com o tempo que transformamos em horas e, na memória, em saudade. À medida que crescemos e a visão começa a ganhar horizontes mais longínquos, deixamos de engatinhar e o chão começa a se transformar em céu, o raso ganha profundidade e o vazio se preenche de sons, cores, gestos e dança. Tudo é aprendizado.”
O Rafael, letrado, com o dom da síntese e do argumento traz à tona a perspectiva transformadora e inquietante da cultura digital que nos compele ao aprendizado constante, ideia corroborada e complementada pela Samara. Por sua vez, a Sandra, ao comparar o letramento digital ao aprendizado de uma segunda língua (ou talvez várias), fala sobre o seu desafio em se tornar em uma letrada digital. Dani, ao contrário, fala de sua trajetória digital, das várias ferramentas que já se foram e faz uma declaração de amor à profissão e seu comprometimento com o ensino-aprendizagem. Já o Lúcio, mostra, de cara, que é versado no assunto, mas está pronto para seguir as palavras sábias de seu pai para “aprender qualquer coisa, em qualquer tempo”. Cris fala do re-significar o nosso entendimento do mundo que nos cerca e também do perigo narcisista em nossa imersão tecnológica. Leandro também levanta a necessidade de um movimento crítico, com um olhar reflexivo sobre o que ocorre com a inovação sem, no entanto, de finalizar com uma nota otimista em relação ao seu uso da tecnologia na sala de aula.
Enfim, não há um conceito único sobre letramento, mas talvez o mais importante no processo é perceber o interesse dos educadores em se letrarem e desenvolverem competências e habilidades digitais que os instrumentalizarão ainda melhor para continuarem fazendo o que sempre fizeram com tanta paixão e profissionalismo, EDUCAR. Educar em um mundo com formas de filtrar, organizar e compartilhar a informação que são essencialmente diferentes da forma como a maioria de nós, professores, aprendemos. Educar com possibilidades multimídia que implicam em novas formas de criar, produzir, aprender. É navegar pela hypertextualidade e sermos capazes de ajudarmos nossos alunos a serem produtores de conteúdo, pesquisadores informados e éticos, conectores de ideias…Como bem coloca Paula, este é um desafio.
E você, se considera um letrado digital? Está pronto para encarar esse desafio? O que isso implica?
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