Uma tendência irreversível de hibridização do ensino/aprendizado, utilizando o presencial e o online de forma flexível nos processos, no tempo, o modelo blended será o grande modelo do ensino/aprendizado nos próximos anos. Utiliza-se do presencial para a criação de comunidades e proximidade e também do online para as atividades em que o aluno produz melhor digitalmente.
O blended também pode significar intercalar espaços dentro da própria escola.
Excelente discussão do Prof. João Mattar e Moran.
Aqui meu comentário no Youtube sobre o vídeo,
O que mais me chamou a atenção nessa discussão e que venho abordando com os colegas é o fato de que muitas vezes consideramos que modelos híbridos referem-se apenas ao digital/presencial, mas, de fato, temos que pensar na hibridização dos espaços do aprendizado, estendendo a sala de aula para além das quatro paredes, para outros espaços, sejam eles físicos ou digitais, para enriquecer as experiências de aprendizado. Cada vez mais, nós, educadores, temos que estudar neurosiência e suas aplicações na educação para entendermos a importância dessa discussão do híbrido em várias dimensões para o aprendizado.
Em um vídeo da Khan Academy sobre modelos híbridos, há uma referência interessante sobre o papel do professor e a mudança pela qual passa em um ambiente blended:
No vídeo abaixo, há exemplos de escolas americanas adotando o modelo híbrido:
Na Summit Public School, há a ideia de
- Tempo personalizado para o aprendizado – uma hora por dia em que os alunos escolhem o tema que estudarão e se dedicam autonomamente a ele; quando o aluno está pronto e sente que entendeu o assunto, coloca o nome no quadro para uma avaliação e o professor libera a avaliação para o aluno; é um incentivo para o aluno ser auto-direcionado, buscar respostas e ser desafiado naquilo que quer aprender.
- tempo para projetos em que os alunos desenvolvem competências para concluir com sucesso projetos; trabalham em grupo e o professor facilita o processo
- ensino em equipe – professores dão aula juntos e trabalham os pontos que são fortes no seu ensino; se especializam mais em suas áreas de interesse e expertise, pois complementam o ensino um do outro
- Sextas de coaching em que os professores guiam os alunos em seus processo de aprendizagem. É uma extensão do conceito de tempo personalizado para o aprendizado, mas, nesse caso, os professores têm encontros individuais com os alunos para guiá-los em suas trilhas de aprendizado e também para dar-lhes feedback individualizado.
Na escola KIPP LA, a professora menciona que por causa do sistema blended tem a possibilidade de ensinar em grupos pequenos enquanto certos alunos trabalham em plataformas adaptativas; mesmo quando os alunos não estão com a professora, continuam aprendendo em plataformas online, com apps que trabalham com o desenvolvimento de diferentes habilidades. A professora também menciona como impacta o aprendizado do aluno com tecnologia em diferentes formas e momentos quando, por exemplo, consegue obter dados instantâneos de sistemas digitais de avaliações, podendo fazer as intervenções pedagógicas necessárias. Faz parte da cultura do KIPP LA utilizar tecnologia para maximizar ganhos de aprendizado, mas mantendo formas tradicionais de ensino onde são necessárias e eficientes. A essência do projeto educacional da KIPP LA é desenvolver nas crianças valores e caráter (valentia, gana, honra e reflexão)
No caso do Navigator Schools, os elementos pedagógicos essenciais são:
A premissa básica de ensino é instruir-avaliar-reagrupar. Também se preocupam com a ideia de “whole-brain learning”, quer dizer, fazer com que várias partes do cérebro sejam ativadas durante o processo de aprendizado por meio de movimento, canções, atividades com pares, repetição, entre outros.
A grande questão? Como fazer com que o professor faça a transição de um sistema tradicional do professor na frente fazendo preleções para um sistema híbrido, mais flexível e descentralizado?
Os próprios professores têm que acreditar no processo e se “apoderarem” dele. É importante assistirem aulas e aprenderem com outros professores, estarem abertos ao erro e tentar resolvê-los inclusive com o feedback dos próprios alunos. A inovação também deve fazer parte da cultura docente para que essa transição ocorra e seja implementada.
Algumas referências sobre a sala de aula invertida (The Flipped Classroom), que também tem como pressuposto um modelo híbrido de ensino/aprendizado.
E aqui no Brasil, podemos pensar em um modelo blended eficiente e impactante para o aprendizado? Qual seria esse formato?
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